quinta-feira, 27 de junho de 2013

PRONUNCIAMENTO DO BISPO DIOCESANO SOBRE AS MANIFESTAÇÕES NO BRASIL

"Atualmente, estamos acompanhando uma onda de manifestações públicas que se sucedem em diversos lugares do país, Nascidas de maneira livre e espontânea a partir das redes sociais, estas mobilizações questionam a todos nós e atestam que não é mais possível  viver num país com tanta desigualdade.  Dizia um comentarista político que “o gênio saiu da lâmpada e agora irá cumprir sua missão”
A presidenta Dilma se apresou e convocou governadores e prefeitos para um pacto... Entre os pontos do pacto está a Reforma política e o governo propõe um plebiscito para uma constituinte exclusiva sobre este assunto.
 Enquanto o assunto  vai ficando embaralhado pelas discussões jurídicas,  uma rede formada por 70 instituições lançou, segunda-feira passada, dia 24, a campanha Reforma Política Já. A campanha é dos mesmos autores que propuseram a Lei da Ficha Limpa. Agora,  querem colher assinaturas em todo o país para a aprovação de um projeto de lei de iniciativa popular que propõe  alterações no sistema eleitoral e que possam valer já nas eleições do ano que vem.
A primeira alteração proposta diz repeito às doações para as campanhas políticas.  Propõe que não sejam permitidas doações de pessoas jurídicas e que haja restrições para as doações de pessoas físicas.
A segunda alteração propõe que as eleições para vereadores e deputados sejam realizadas em dois turnos: no primeiro os eleitores votariam nos partidos e, no segundo, nos candidatos. Isso, segundo os autores, representaria redução dos custos e maior transparência no processo eleitoral, fortalecimento dos partidos e suas ideias programáticas, e a eliminação do clientelismo e “da nefasta influência do poder econômico nas eleições”.
A ideia é transformar a proposta em projeto de lei, como aconteceu com a Lei Complementar 135/2010 (Ficha Limpa), e também aprová-lo a tempo para que as novas regras já sejam válidas na eleição de 2014. Segundo o juiz Márlon Reis, cofundador do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral,  “O sistema político brasileiro está tão defasado que não é justo para o Brasil passar por outra eleição com estes moldes”.
A campanha pode ganhar força num momento de grande pressão popular. No pronunciamento que fez em cadeia de rádio e TV na sexta-feira, 21, a  presidenta Dilma disse que quer contribuir para a construção de uma “ampla e profunda” reforma política. A meta da campanha é recolher 1 milhão e meio de assinaturas num prazo de 30 dias. O número equivale a 1% do eleitorado brasileiro, mínimo necessário para dar início à tramitação do projeto, que deve estar aprovado, sancionado e publicado no Diário Oficial até o dia 5 de outubro, exatamente um ano antes das eleições.
Se a força que vem das ruas realmente estiver acordada, isto não será difícil... Participemos todos dessa discussão e mobilização, pois uma coisa é certa: Reforma só vira com pressão popular... Que as vozes das ruas sejam prenúncio de tempos novos- e melhores - para todos."
Escute o pronunciamento:

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